domingo, 16 de agosto de 2015

Père Lachaise





Um dos lugares que mais gostei em Paris foi o Père Lachaise, um dos cemitérios da capital. Nos quarenta dias que fiquei na cidade, fui ali três vezes. Como Paris é uma cidade muito movimentada, sobretudo no centro, que é inevitável, e como eu também não sou lá muito fã de aglomerações, encontrei naquele imenso quarteirão do 20e arrondissement, um lugar tranquilo para simplesmente passear e observar, sem ter de ficar todo o tempo desviando o olhar e o corpo dos abundantes turistas. É claro que tem turistas todos os dias no Père Lachaise, mas não são tantos como os que pululam do 1er ao 8e arrondissement



 
 As ruinhas são absolutamente encantadoras, quase todas com os típicos paralelepípedos franceses bem cortados e ajeitados. Sem dúvida que há um certo toque triste no ambiente: trata-se de um cemitério. Mas há tanta arte e arquitetura belas para se admirar e observar que a gente esquece que está rodeado de tumbas e restos mortais. Há algumas ruelas que são, de fato, trilhas sobre a terra batida, como o Chemin des Chèvres, que é uma espécie de curva de nível, que certamente era percorrida pelos animais em algum passado mais remoto. O Père Lachaise não é muito antigo, foi inaugurado no começo do século XIX. Lá estão os restos mortais de Heloísa e Abelardo, Balzac, Proust, Oscar Wilde, Delacroix, Pisarro, Modigliani, Piaf, dentre outros famosos. 


Do lado de fora, entre o muro e a Avenue Gambetta, há um pequeno parque chamado Square Samuel de Champlain, onde tem uma escultura, o "Monumento às vítimas das revoluções", que foi feito com as pedras originais do muro onde foram fuziladas pessoas envolvidas com a Comuna de Paris de 1871. No canto inferior esquerdo da obra, tem uma inscrição, palavras de Victor Hugo: "Aquilo que pedimos ao futuro, o que queremos dele é a justiça, não a vingança".

terça-feira, 23 de setembro de 2014

A França em cinquenta e nove postagens


Bem, estou inaugurando um novo blog. Isto aqui será uma espécie de relato de viagem. A ideia é contar em cinquenta e nove postagens, uma para cada dia, a viagem que fiz à Europa, sendo cinquenta e oito deles na França e um em Portugal. A viagem foi entre junho e o começo de agosto deste ano de 2014. Eu estudo o francês há quatro anos e decidi que faria uma viagem à França, na cara e coragem. Comprei as passagens, pela TAP, fiz as reservas de hospedagens, o seguro e fui.

Eu tenho 49 anos, sou bacharel em desenho e licenciado em plástica pela Escola de Belas Artes da UFMG. Depois de tentar viver de arte por alguns anos, sem sucesso, fui dar aulas. A princípio, trabalhei em programas sociais da secretaria de cultura de BH e, após,  professor em escolas municipais de BH e de Contagem. Após 17 anos de uma experiência muito frustante e difícil em sala de aula, um belo dia, chutei o balde. Larguei tudo, peguei uma grana guardada, pedi emprestado outra parte à minha mãe e fui realizar o sonho de conhecer a Europa e a França em especial.

Hoje, estou fazendo minha terceira graduação na Faculdade de Letras da UFMG, com um bacharelado em tradução em língua francesa.

Uma de minhas ideias e plano para um futuro próximo é levar pequenos grupos para conhecer o país de Victor Hugo e Baudelaire. Há muito ainda para explorar em Paris, e muitos outros lugares para descobrir. Quem sabe você, leitora ou leitor amigos, não irá comigo nesta viagem.

A foto acima foi tirada no último dia da viagem. Eu estava curtindo uma gostosa cerveja holandesa e apreciando um delicioso charuto cubano à beira do Quai de la Tournelle, tendo em frente a Île Saint-Louis e, à esquerda, a Cité, com as torres da Notre-Dame. E, não se enganem achando que escolhi uma foto especial com as nuances de rosas e laranjas das nuvens. O céu de Paris é frequentemente bonito assim.

Allons ?